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No ônibus, uma observação


Cada vez mais, casais permanecem juntos apenas por comodidade. Não há aquela troca de olhares amorosa que aquece a alma. Não há aquele sorriso que, quando correspondido, brilha de tal maneira que faz todos no ambiente sentirem a força do amor que está sendo demonstrado. Não há aquelas conversas profundas sobre determinado assunto que deixa o casal estritamente focado em apenas ouvir o que o outro está dizendo e que, as vezes, mesmo sem assunto, nunca acabam e nunca perdem o interesse entre si.
Não existe mais aqueles bilhetes que nos tiram lágrimas de emoção e um sorriso que ilumina nosso dia. Ou aquele bom dia que faz nosso dia ser realmente bom. Abraços apertados, de tirar o fôlego, de tirar a tristeza. Beijos sinceros. Beijos carinhosos. Beijos, só beijos.
O que há, atualmente, é a necessidade de ter alguém para expôr para a sociedade, o fato de não estar sozinho é mais importante do que o amor em si. Mostrar para os amigos que se tem namorada ou namorado é"lindo" e é essa a concepção de "amor" que rege o mundo, hoje. Poder beijar alguém no final do dia é mais importante do que o que aquele beijo transmite. Receber um 'boa noite', mesmo que falso, acalma por um tempo. Até a realidade da situação bater na porta do coração e mostrar o que ninguém gostaria de ver. A insignificância de tudo que já fizeram, tudo que já passaram, vai ser sufocante.
Fotos postadas no facebook, para todos verem que, finalmente, você tem alguém! Fotos postadas, com legendas amorosas, o casal perfeito. Algumas horas depois, brigas. Sem despedidas. Sem beijo. Sem ao menos um 'tchau'.

Dâmaris. 
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