“Obrigado. Valeu. Um abraço. Um sorriso. Palavras e gestos tão
simples, tão fáceis, tão necessários, que infelizmente estão entrando em
extinção. Não que eu conceda favores esperando receber reconhecimento
ou algo em troca, mas fazer tudo por uma pessoa sem ganhar nenhum tipo
de agradecimento ou consideração machuca. Dói ainda mais se nos
retribuem com a ingratidão de uma fofoquinha maldosa ou com um olhar
torto quando os papéis se invertem e nós é que precisamos de apoio.
Quantas vezes defendemos um amigo mesmo sabendo que ele está errado?
Quantas vezes deixamos de realizar nossas vontades pra ajudá-lo?
Passamos tardes de sol inteiras trancados num quarto escuro emprestando o
ombro pra que a pessoa desabafe. Vamos pra festas quando o que mais
queremos é ficar em casa, embaixo das cobertas. Desmarcamos compromissos
pra cuidá-lo quando fica doente. Nada mais justo e normal. Saber que
confortamos alguém especial, que seu dia foi mais alegre apenas por
nosso suporte, nossa companhia, nos faz um bem enorme.
No entanto, investir numa amizade, ser sincero e fiel desde primeiro
momento até o último, pra ser enganado assim que surge uma oportunidade,
inevitavelmente, abre um rombo no peito de quem um dia acreditou numa
relação verdadeira. Chega uma hora em que ser amigo pelos dois cansa,
perde a graça.
Ninguém precisa de falsos amigos ou daqueles que ficam por perto
apenas quando as coisas estão indo às mil maravilhas. Queremos pessoas
sempre prontas a nos ouvir, nos entender e respeitar nossas
particularidades e limitações. Queremos amigos que ofereçam o colo
quando estamos sós, que nos puxem as orelhas quando erramos, que se
preocupem em nos ver felizes. Amigos em quem podemos contar em qualquer
momento e que confiem em nós acima de qualquer coisa. Pessoas incapazes
de duvidar da nossa lealdade, do nosso caráter, e, principalmente, que
saibam dizer muito obrigado, seja com palavras ou com o coração.
A quem não se encaixa nesse perfil, só nos resta a certeza de que não
merece fazer parte de nossas vidas, e também um recado: Tchauzinho, já
vai tarde!”
— Márcia Duarte
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